Quem olha de dia, vê uma favela com saneamento básico e água canalizada.
Um sítio absolutamente horripilante.
Porém, uma furtiva visita nocturna ao centro da terra deixou-me maravilhado.
Nunca na vida havia presenciado coisa semelhante.
O local é constituído por uma amálgama de bares e casas de comes e bebes, sobretudo bebes.
De cada um deles sai música, completamente fedorenta e mais alta do que a da porta ao lado.
Os autóctones - presuntivamente de raiz celta ou saxónica -, em estado de embriaguez colectiva, ululam no meio da rua, desafiando-se mutuamente no objectivo de alcançar o coma.
As senhoras, altivas e sobranceiras nas suas reduzidas vestes de noite, bamboleiam o rabo e pequenas malinhas de mão do alto de sapatos capazes de fazer vertigens a um montanheiro experimentado.
Há bebidas que são servidas em copos gigantescos, com líquidos de múltiplas cores, imensas palhinhas e que deitam luz.
Os neons imperam, todo o espectro de cor está presente.
No ar, um vago cheiro a maresia, urina e vomitado.
Não fiquei mais de 30 minutos, pois a minha mulher recusou-se terminantemente a por lá permanecer mais tempo.
Disse que não via qual podia ser a piada de tamanha degradação, que eu era doido por insistir em ficar e que não estava para aturar malucos.
Onde já se viu?
Prometi a mim próprio voltar ao Algarve com brevidade só para montar um video sobre Albufeira, ao melhor estilo do National Geographic.
Fica, entretanto, uma fotografia deste magnífico exemplar da fauna local.
Do melhor.
10 comentários:
Eu cá ainda estou para perceber de onde onde aparecem as ordas de inglesas vestidas em lingerie!
São inglesas?
Pensei que nascessem lá, debaixo de alguma pedra.
De qualquer forma acho socialmente fascinante a descaracterização da cidade, por forma a agradar aos aos turistas.
Outra coisa interessante é o facto de teres hotéis espectaculares ao lado de outros em que nem que te pagassem tu lá passavas férias.
Uma coisa que não tem nada a haver com o tópico...
Descobri mesmo agora que a Discus Centro fechou!
A sério?
Mas tudo...
É verdade...
Vão-se dedicar à restauração.
E eu vou-me dedicar à pesca.
Finalmente tinha encontrado peixes de confiança e os gajos fecham.
Que caraças.
Lá se vai voltar às importações em grupo do Alemão...
Mas não aos filmes e isto não é justo.
O caramelo da foto era azeiteiro para lhe bater 100 euros por uma reprodução 20X30 para emoldurar lá em casa.
Razão tem a sua mais-que-tudo para se querer pôr a milhas dessa fauna!
E eu para os receber.
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