08 outubro 2009

Jessica - O verdadeiro amor de Funes - II


Dipois de Cardosinho nascê, neguinho lindo, cabou os cruzeiros do Coroné.
Na marineti, me enrabichei por Janu, negão de Minas Gerais, qui mi levou a vivê na favela.
Janu pegava forte na cachaça, na maconha e na branquinha, macho de jogá todo o dia, o que tem e o que num tem, em todo o castelo do Recife, doutô na malandragem, facadista do melhô.
Os primeiro mês foi porreta.
Depois veio o tapa em mim, o tapa no Cardosinho, filho da puta e do português, berrava o negão.
A segui, porrada grande, home que bate em mulhê e mínino não tem quiba.
Antes morré a tal xódó.
Sem tê pró comê do míníno e pró bebê do negão, fui a D. Felisbina, caftina mais batida.
Comecei no bataclã “Flô da Estrela”.
Oxente, marafona come do que num quê, rodando o balaio e dando a xoxota.
Mas o gigolô queimava na maconha a farinha e o feijão do moleque.
Dois ano passou e Cardosinho pigou bexiga.
D. Felisbina mandou carta pra Sinhá Maria, santa mulhé de seu Epanimondas, mãe dos pobre, pidindo piedade e o nome do pai pró míníno.
A resposta veio depois e caftina leu o nome e endereço do gringo: vivia em Portugau, era trefetreque montado na grana, que Omolu o proteja, okê arô.

2 comentários:

Nuno Almeida disse...

Livra!
Não se arranjam por aí umas versões disto em Português de Portugal?

pbl disse...

Nuno, já ouviste falar do Acordo Ortográfico?
Não vai demorar muito para isto ser português de portugau.